quinta-feira, 16 de junho de 2011

O TEATRO

Entro no teatro.
Começo a sentir uma certa ansiedade.
A curiosidade é despertada.
As luzes se apagam.
O público silencia.
O palco é iluminado
e torna-se o centro das atenções.
O espetáculo inicia-se.
Drama, comédia, musical? Não importa.
O mundo lá fora é esquecido.
Minha atenção é atraída
como quando era criança
ouvindo alguém contar uma história.
Só que agora eu não ouço apenas. Eu presencio.
Sinto as emoções daqueles personagens
como se tudo fosse real.
Mas não é real?
Fico sempre muito confusa,
porque o que sinto é real.
Dou gargalhadas que me levam as lágrimas,
choro e vejo as lágrimas brilharem nos meus cílios
e tudo parece ficar meio mágico.
É nesta hora que percebo
todos os meus sentidos alertas.
Sinto-me viva.
Capaz de sentir qualquer coisa.
Eu estava adormecida.
Minhas emoções estavam hibernando.
Sinto um despertar delicioso.
A história termina.
Os aplausos são poucos para demonstrar
o nosso agradecimento e, no entanto,
são os artistas que nos agradecem.
Tenho vontade de subir no palco e abraçar, beijar, apertar as mãos de todos aqueles
que conseguiram despertar em mim
todos aqueles sentimentos
há tanto tempo esquecidos.
Mas acho que eles sabem disso
e os aplausos entusiasmados são o suficiente.
Vou embora com a sensação
de que esqueci algo.
Olho mais uma vez para o palco,
agora oculto com grossas cortinas
a guardá-lo e lembro do que esqueci.
Delas, as emoções!
Acho que elas também
estão guardadas atrás das cortinas
para quando eu voltar.
E muito bem guardadas.

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