quinta-feira, 9 de setembro de 2010

AMOR AO PRÓXIMO

Quando abrigar em teu seio, o amigo que sofre, o estranho que teme, o peregrino cansado, o órfão solitário, o ateu perdido em si mesmo, o filho que procura o encontro desconhecido de algo invisível, a mãe cujo corpo já perece, ou qualquer que seja o teu próximo, teu coração delata, brilha, expande e ilumina a todos com tal luz que chega a ofuscar até os cegos que se recusam a se olharem.
Tua aura cresce aos olhos de Deus e ele a toca com suas mãos douradas em forma de paz, amor e serenidade.
Se ainda procuras a felicidade nesta vida, se ainda não a desprezaste e crê que é possível encontrá-la, abraça o teu próximo mais próximo e descubra a fonte de amor inesgotável que este simples gesto pode lhe conceder.
Ame com todo o teu ser e desperte para sempre.

FELIZES RECORDAÇÕES

Dias quentes aquecidos por nossos corpos. Juntos nos uníamos sob aconchegante manta e assistíamos a roda de ilusões passada por outros atores, trazendo-nos diversão e momentos de meditação. Éramos felizes no nosso modo.
Riamos, brincávamos e juntos brindávamos à vida, como mais uma família completando o espaço de nossa escola na terra.
Às vezes meio impaciente o nosso pequeno, escorregava por debaixo das cobertas para brincar com seus carrinhos ou outros dos tantos brinquedos que nós o presenteava com amor e carinho nos dias festivos querendo captar, nem que fosse apenas por uns poucos momentos, o brilho luminoso no olhar e o sorriso radiante.
Somente isto já nos dava todas as razões para a nossa existência. Quantas coisas boas, momentos inesquecíveis que guardados estão dentro de todos nós, eu sei.
As brincadeiras de circo onde colocava sobre meus joelhos meu filhinho, imitando trapézio. Ou quando sentávamos no chão e com uma infinidade de jogos, disputando, brincando e muitas vezes, acabando tudo com cócegas e risadas.
Das reuniões e festas, que juntos recebíamos amigos e familiares, para criarmos momentos de alegria e aconchego.
Mas parece que as coisas que mais apreciamos, acreditamos acabar um dia.
O distanciamento e a indiferença vão tomando conta de cada membro da família e por um motivo ou outro, rumos diferentes vão sendo seguidos.
Os mais velhos às vezes ficam perdidos, e sentem-se afastados ou afastam-se sem perceber.
Os mais novos, às vezes, acreditam que se acharam e felizes que se encontram em suas escolhas, procuram esquecer-se de suas raízes, as quais foram as bases para o que hoje se tornaram.
O afastamento acontece. Uma dor escondida e dolorida às vezes nos dá o ar de sua companhia. E então nos perguntamos:
"Porque será que não podemos crescer juntos? Porque será que insistimos em abandonar aqueles que tanto nos amaram, para em busca de novos amores nos aventurarmos?"
Como devem ser pequenos nossos corações que não cabe amor suficiente para todos.
Como fazer este recipiente aumentar para compor mais alimentos, para tantos quantos amores nutrirmos em nossa vida?
Porque apenas um doce olhar, um afago demorado, alguns minutos de prosa ou de silencio juntos, um passeio de mãos dadas, beijos quentes e até molhados, pode ser tão difícil para alguns doarem e tão importantes para outros receberem?
Porque o tempo para alguns, é dedicado tão arduamente para muitos à distância e renegado para poucos que tão perto de nós permanece?
Quem sabe numa outra oportunidade venhamos a trocar de lugares, para que assim, enfim, com a nossa própria experiência na pele de ambos, possamos aprender a doar e receber em igual quantidade e assim tornar nossos corações, de infinito tamanho, não mais para abrigar o egoísmo, a indiferença e o esquecimento dos seres amados, mas para transbordar somente de alegria, afagos e muito amor para todos os que de nossa jornada terrestre fizerem parte.
Sem exceção.
Sem diferença.
Sem esquecimento.
Libertando sempre o ser amado, mas doando-nos infinitamente nos momentos que a vida nos unir.


sábado, 4 de setembro de 2010

SEJA VOCÊ


Nunca diga sim quando quiser dizer não.

Nunca sorria quando deseja tanto chorar.

Chore o pranto livre, doce, sonhador.

O choro dos anjos porque o seu pranto assim será.

Repleto do mais puro amor.

Não chore por algo que julgas perdido,

ou por algo que nunca teve.

Chore apenas para lavar o coração,

porque ele também precisa de renovação.

Todos nós precisamos

de renovação de tempos em tempos.

QUANDO AQUI CHEGUEI - De um amigo do astral

Na estrada da vida terrena
passei por muitos lugares.
Belos, mais belos.
Feios, tristes,
abandonados, perdidos,
lotados e vazios.

Em todos estes lugares
passei a minha existência.
Sofri porque acreditei que sofria.
Amei porque acreditei que amava.
Chorei porque sempre chorava,
quando queria o que não possuía.

Agora ainda sofro às vezes,
mas sofro por tempos que deixei me corroerem.
E assim me deixando sofrer,
choro porque sinto saudades,
de tudo o que possuía e não sabia.

Amo, mas com a certeza de que sou amada.
Aqui cheguei e aqui fiquei.
Aqui também sofro, choro, amo!
Aqui todos também somos iguais.
mas aqui, e somente agora,
aprendi que lá onde encontrava-me,
também tudo era igual aqui,
mas igual não era aos meus olhos.

Olhos que olhavam de perto,
quando o que precisava estava tão longe.
Aqui olho de longe, mas tudo o que preciso,
esta tão perto agora como sempre esteve.


LIBERDADE

Preciso conhecer a mim.

Como é difícil!

Não consigo ficar de frente comigo mesma.

Olhar para mim, nem de relance.

Me assusto.

Estou aqui e não me reconheço.

Tenho medo de mim.

Não sou quem pensava que fosse.

Este alguém dentro de mim,

que luta todo o tempo, o tempo todo,

quer que o liberte.

Penso que quero liberta-lo, mas não lembro

onde guardei a chave.

Esta em algum lugar, esquecida, perdida,

confundida, abandonada, empoeirada.

Não sei. Ou sei? Como vou saber, se já sei?

LIVRE



Eu soube o que precisava ser feito.
Sem saber o que.
Para onde ir.
Sem saber por onde começar.
Senti alívio.
Mesmo com a tensão à espreita.
Estive no presente.
Mesmo quando já era passado ou futuro.
O presente persistiu.
O meu coração delatou.
A mesma sensação antes, me sufocava.
Agora, a única palavra que me vem é um imenso "AMOR".
É ardente.
Me aquece.
Neste momento tenho certeza
De que tudo o que procurei,
esta exatamente aqui, dentro de mim.
Eu Sou o amor.
Eu Sou a luz.
Eu Sou as cores.
Eu Sou o belo.
Nada tem começo ou fim.
Tempo ou espaço.
Tudo "é" infinito.
Nós somos tudo isso.
Todo o tempo.
Porque tempo não existe no agora.
E nós só nos descobrimos no agora.
Somente a mente humana
é capaz de criar estas limitações.
O tempo atual, ou o presente,
ou o agora, é a finalidade da
incessante procura da humanidade.
A lembrança que guardamos da nossa verdade,
do nosso eu interior,
faz-nos dividir o tempo em espaços
para que continuemos a procurar.
A mente humana esta compactada,
dentro de limites que ela mesma criou.
Esquecemos quem somos e então
criamos condicionamentos
que nos dará alguma identidade.
Estar no agora é como olharmos para nós de frente.
Sem espelhos.
Sem máscaras.
Sem adornos.
Nos vemos com a alma.
Nos sentimos.
Nos amamos.
Sem pretensão.
Sem admiração.
Somos inteiros.

SAUDADE


Saudade, triste palavra que nos sufoca o peito.
Saudade, doce apego que nos conduz às vezes,
a grandes felicidades nos reencontros ou,
a grandes sofrimentos nas longas separações.
Estamos sempre a senti-la dentro de nós.
Parece que sempre fazemos questão de envolvê-la
com nossos braços e não deixa-la ir
para junto dos seres amados.
Queremos aquilo que ela nos lembra sempre.
Mas sentimos uma imensa falta de quem
se foi, mesmo acreditando no reencontro.
Saudade, palavra triste
para quem sofre com a separação,
mas gostosa para quem vive
a certeza de que somos eternos.
E eternos nos tornaremos
quando disto tivemos certeza.

HOJE CHOREI


Hoje chore tantas lágrimas,
que pensei que quando elas secassem,
seco estaria também meu coração.
Mas qual não foi grande minha surpresa
que depois das lágrimas
veio-me um sono tranqüilo e sereno.
Abracei meus joelhos
e pareceu-me voltar ao útero materno.
Queria permanecer silenciosa e aquecida
onde ninguém me descobriria.
Quando despertei,
meu coração encheu-se de algo indefinível
que me fez sentir nascendo de novo.
O ar entrou no meu corpo com força e
levantou-o com vontade.
Senti-me viva.
Com uma alegria ingênua e tranqüila.
A alegria da minha presença.
A certeza de que um anjo me visitou
é porque ele me deixou como lembrança
o seu beijo, como uma brisa permanente
no meu coração.

LÁ ONDE ESTOU


Eu me perco constantemente dentro de mim.
Vivenciar a experiência de me sentir por inteira
é o mesmo que uma droga.
Continuo tentando, tentando,
e quando sinto que falhei por um momento,
começo novamente com medo de me perder
no tempo outra vez.
Agora eu sei onde me encontrar.
Estou onde só há infinito.
Somente um vácuo completo e supremo.
Lá não existem trevas.
Nem luz.
Nem lua.
Nem sol.
Não há som, mesmo ouvindo-se continuamente
o canto dos anjos.
Não sei como chegar lá,
só sei que lá já estou.
Aqui eu sou alguém.
Lá sou eterna.
Aqui, procuro.
Lá existo.
Aqui persisto.
Lá apenas sou.
Quero ficar lá para sempre. 

POEMAS PARA ESTARMOS EM NOSSA COMPANHIA


Antes de vivenciar o amor ao próximo,

seja ele quem for,

ou qualquer classificação

que possamos dar

ao amor sentido,

aprendamos a amar a nós mesmos.

E isto só conseguiremos

nos conhecendo profundamente.

Observando-nos,

conhecendo-nos e

consequentemente nos amaremos.